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As cracolândias desse país.

  • Foto do escritor: arsanjopaul
    arsanjopaul
  • 15 de jan. de 2012
  • 3 min de leitura

Não conheço pessoalmente o local “cracolândia” na cidade de São Paulo, mas “cracolândias” existem em quase todas as cidades, todos sabemos que não é só lá que há problemas dessa ordem. Talvez a de São Paulo, seja a maior, proporcionalmente a sua população. Recebi a informação essa semana que o crack está presente em 97% dos municípios brasileiros e arriscaria dizer que em alguns municípios chega o crack, mas não chega a água para abastecer as casas. Muitas divergências há em relação às ações da policia militar tomada nos últimos dias com relação aos dependentes químicos daquele local. A questão é que o governo está perdido em relação ao que fazer com os dependentes químicos e literalmente não sabe o que fazer, então faz qualquer coisa e isso não resolve o problema, apenas espalha as pessoas, tira-as da frente dos olhos, mas não está se dando a solução correta a um problema tão grave, tão real. A questão da dependência química há muito deixou de ser um problema de segurança, mas em pleno 2012 ainda tenta-se resolver dessa forma. As cracolândias são um misto de problemas e a segurança pública é apenas um deles, não o único e não há como resolver um misto de problemas com um único tipo de solução, precisamos do engajamento, planejamento de todos os setores, segurança, tratamento, educação, reinserção, família. A policia tem que resolver o problema do tráfico, das fronteiras e não dos usuários. Já tem serviço demais para os policiais e ainda colocaram mais um para eles resolverem. Li recentemente num artigo de um jornal de SP que onde dizia-se que que “A polícia abre caminho para que os usuários tenham o acesso à saúde, às igrejas, às ONGs e aos familiares”. Devo discordar duma citação como essa, pois a policia não precisa “abrir caminho”, as outras instituições citadas, tem total acesso aos dependentes, sempre fomos respeitados e eles sabem que ali vamos em “missão de paz”. Quando falamos com um dependente químico sobre a situação com a policia muitos deles riem e fazem pouco caso, pois sabe que “não da nada” e muitos ainda fazem disso um “troféu” falando “quantas vezes já levou geral”. Parabéns ao trabalho da policia militar de todo país, mas no caso de dependentes químicos, a necessidade é oferecer oportunidades de tratamento, e isso não há como o governo fazer sozinho, não tem estrutura nem capacidade para isso. Precisa das parcerias principalmente com as Comunidades Terapêuticas, CT´s como são conhecidas, que conforme o IPEA atendem 80% dos tratamentos ofertados aos dependentes químicos no país. Locais esses, de tratamento voluntário que respeita o ser humano. As CT´s, diferente do que muitos possam ainda pensar, não são “apenas um trabalho de igreja”, (como já ouvi alguém falar), mas são instituições sérias, equipadas com profissionais, equipe, plano de tratamento (programa terapêutico) definido e que oferecem reinserção social. Durante o tratamento oferecem educação, atividades físicas, acompanhamento psicológico e psiquiátrico além de toda as demais assistências ao dependente químico e seus familiares. Quando fazemos abordagem de rua, uma das perguntas que faço é “você quer estar/permanecer aqui?” e todas as respostas que recebo são: “Não” e então é a oportunidade para levarmos a tratamento, seja ele voluntário, involuntário ou ambulatorial, pois cada caso é um caso, cada pessoa é diferente e precisa de tipos de tratamentos diferentes. Conforme o segundo principio do NIDA, “O tratamento deve estar disponível prontamente” então não há como agendar hora com dependente químico, como alguns órgãos ainda tentam fazer, pois para ele, enquanto estiver “na ativa” a droga sempre terá prioridade. Precisamos de tratamento para Dependentes Químicos, precisamos de financiamento do governo para tratamento em Comunidades Terapêuticas. Isso as CT´s podem ofertar. As ONG´s sérias desse país estão a disposição. Do governo, bastam duas palavras BOA VONTADE, juntos, poderemos mudar essa situação.

Fique bem informado sobre o assunto, acompanhando semanalmente também essa coluna! Na próxima semana traremos mais importantes informações. Compartilhe-as com seus filhos, pais, amigos, familiares, na sua escola e empresa. Quanto mais pessoas souberem disso, mais prevenção faremos! Conte conosco, nós contamos com vocês! Grande abraço e até a próxima!


 
 
 

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